LIVRO DE NÚMEROS

Autor: Moisés
Data : cerca de 1405 aC Tema: Peregrinação (murmuração) no Deserto

O livro das Peregrinações de Israel.

Moisés escreveu sobre os quarenta anos israelitas no deserto para mostrar o juízo de Deus em contraste com a sua fidelidade e paciência para com o amado povo de Israel. O livro mostra 38 anos e 9 meses de peregrinação de Israel no deserto, desde o MONTE SINAI até as margens do Rio Jordão em frente a Jericó (1:1, 36:13). Para cada dia que os espias sondaram a terra de Canaã o povo peregrinou por um ano como punição por sua infidelidade (14:33-34). Mostra o fracasso humano, mas também mostra como Deus reage com paciência e misericórdia, mostra até que ponto Deus vai realizar a sua obra no meio do povo.

Leis dadas no Sinai (2 anos estudando).
Do Sinai a Cades (Varneia)
Peregrinação no deserto (38 anos).

Considerações Preliminares
O título do livro, "Números", surgiu primeiramente nas versões gregas e latinas e deriva dos dois recenseamentos ou "contagens" do povo registrados no livro (1; 26). A maior parte do livro, entretanto, descreve as experiências de Israel nas suas peregrinações "no deserto". Daí, este livro ser chamado no AT hebraico "No Deserto" (Bemidbar — palavra que aparece no primeiro versículo do livro).
Cronologicamente, Números é uma continuação da história relatada no livro de Êxodo. Depois de uma estada de aproximadamente um ano no monte Sinai — período durante o qual Deus estabeleceu seu concerto com Israel, deu a Moisés a lei e o modelo do Tabernáculo, e instruiu-o a respeito do conteúdo de Levítico — os israelitas se prepararam para continuar sua viagem à terra que Deus lhes prometera como descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Pouco antes de partirem do monte Sinai, no entanto, Deus mandou Moisés numerar todos os homens de guerra (1.2,3).
Dezenove dias depois, a nação partiu de lá, numa curta viagem para Cades-Barnéia (10.11).Números registra a grave rebelião de Israel em Cades, e seus trinta e nove anos subseqüentes de julgamento no deserto, até quando Deus conduziu toda uma nova geração de israelitas às planícies de Moabe, à beira do rio Jordão, do lado oposto a Jericó e à terra prometida.
A autoria de Números é historicamente atribuída a Moisés
  1. pelo Pentateuco judaico e o Samaritano;
  2. pela tradição judaica;
  3. por Jesus e pelos escritores do NT;
  4. pelos escritores cristãos antigos;
  5. pelos estudiosos conservadores contemporâneos; e
  6. pelas evidências internas do próprio livro (e.g., 33.1,2).
 
Moisés, sem dúvida, escreveu um diário durante as peregrinações no deserto, e mais tarde dispôs o conteúdo de Números em forma narrativa, pouco antes de sua morte (c. 1405 a.C.). A prática de Moisés, de referir-se a si mesmo na terceira pessoa, era comum nos escritos antigos, e em nada afeta a credibilidade da sua autoria.

Propósito
Números foi escrito para relatar por que Israel não entrou na terra prometida imediatamente depois de partir do monte Sinai. O livro trata da fé que Deus requer do seu povo, dos seus castigos e juízos contra a rebelião e do cumprimento progressivo do seu propósito.

Visão Panorâmica
A mensagem principal de Números é evidente: o povo de Deus prossegue avante tão-somente por confiar nEle e nas suas promessas e obedecer à sua Palavra. Embora a travessia do deserto fosse necessária por certo tempo, não era intenção original de Deus que a prova naquele lugar se prolongasse a tal ponto que uma geração inteira de israelitas habitasse e morresse ali. A curta viagem do monte Sinai a Cades, significou trinta e nove anos de aflição e de julgamento por causa da incredulidade deles. Durante a maior parte do tempo referente a Números, Israel foi um povo infiel, rebelde e ingrato para com Deus, apesar dos seus milagres e provisão.

- Murmuração generalizada entre o povo, pouco depois da sua partida do monte Sinai (11);
- Miriã e Arão falaram mal de Moisés (cap. 12);
- Israel, como um todo, rebelou-se em Cades na sua obstinada incredulidade, e recusou-se a prosseguir para Canaã (cap. 14);
- Coré com muitos outros levitas rebelaram-se contra Moisés (cap. 16).
- Pressionado além dos limites por um povo rebelde, Moisés, por fim, pecou na sua ira, por imprudência (cap. 20); a seguir, Israel adorou a Baal (25).
- Todos os israelitas que no incidente de Cades tinham de vinte anos para cima (excetuando-se Josué e Calebe) pereceram no deserto. Uma nova geração de israelitas finalmente chegou aos termos orientais da terra prometida (26—36).
Temos seis características no livro de Números.
  1. É o "Livro das Peregrinações no Deserto", a revelar claramente por que Israel não possuiu imediatamente a terra prometida depois de partir do monte Sinai. Antes, teve que peregrinar, vagueando no deserto por mais trinta e nove anos.
  2. É o "Livro das Murmurações", que registra vez após vez a murmuração, o descontentamento e as queixas dos israelitas contra Deus e seu modo de lidar com eles.
  3. O livro ilustra o princípio que sem fé é impossível agradar a Deus (cf. Hb 11.6). Vemos, por todo esse livro, que o povo de Deus triunfa tão-somente ao confiar nEle com fé inabalável, crer nas suas promessas e depender dEle como sua fonte de vida e de esperança.
  4. Números revela com profundidade o princípio de que se uma geração fracassar, Deus suscitará outra para cumprir suas promessas e para levar a efeito a sua missão.
  5. O censo antes de Cades-Barnéia (1—4) e o posterior feito nas planícies de Moabe, antes da entrada em Canaã (cap. 26), revelam que não era o tamanho inadequado do exército de Israel que o impedia de entrar em Canaã, partindo de Cades, mas o tamanho inadequado da sua fé.
  6. É o "Livro da Disciplina Divina", demonstra que Deus realmente disciplina os seus e executa julgamento sobre eles, quando persistem na murmuração e incredulidade (13 -14).
O Cumprimento no NT
As murmurações e a incredulidade de Israel são mencionadas como advertências aos crentes do novo concerto (1 Co 10.5-11; Hb 3.16—4.6). A gravidade do pecado de Balaão (22—24) e da rebelião de Coré (cap. 16) também são mencionados (2 Pe 2.15,16; Jd 11; Ap 2.14). Jesus faz referência à serpente de bronze como uma alusão a Ele mesmo ao ser levantado na cruz, de modo que todos os que nEle crêem não pereçam mas tenham a vida eterna (Jo 3.14-16; ver Nm 21.7-9). Além disso, Jesus Cristo é comparado com a rocha do deserto, da qual Israel bebeu (1 Co 10.4) e com o maná celestial que alimentou aquele povo (Jo 6.31-33).

Esboço
I. Deus Prepara o Povo para Herdar a Terra (1.1—10.10)
A. Instruções para a Partida (1.1—4.49)
1. O Censo dos Soldados de Israel (1.1-54)
2. A Organização do Acampamento (2.1-34)
3. A Organização dos Levitas (3.1—4.49)
B. A Santificação do Povo (5.1—10.10)

II. O Povo Perde Sua Herança por Causa de Pecado e Incredulidade (10.11—25.18)
A. Murmuração a Caminho de Cades-Barnéia (10.11—12.16)
B. Rebelião e Incredulidade em Cades-Barnéia (13.1—14.45)
C. Pecado e Rebelião no Deserto (15.1—19.22)
D. Desobediência a Caminho de Moabe (20.1—25.18)


III. Deus Prepara uma Nova Geração para Possuir a Terra (26.1—36.13)
A. O Censo da Nova Geração (26.1-65)
B. A Instrução do Povo (27.1—30.16)
C. A Derrota dos Midianitas (31.1-54)
D. A Ocupação da Transjordânia (32.1-42)
E. O Relato da Viagem do Egito a Moabe (33.1-49)
F. Promessa da Vitória sobre Canaã (33.50-56)
G. A Preparação para Entrar na Terra e Dividi-la (34.1—36.13)

NOME: Derivado do nome dos censos de Israel.

TEMAS E EVENTOS PRINCIPAIS:
1) A organização e legislação, caps., 1-9
2) A partida do monte Sinai, 10:11-12
3) O povo despreza o maná, 11:4-6.
4) O desânimo de Moisés, 11:10-15.
5) A designação dos setenta anciãos, 11:16-25.
6) O envio das codornizes, 11:31-34.
7) O zelo de Miriã e de Arão, cap. 12.
 
O FRACASSO EM CADES. Quase entram na terra prometida.
  1. O envio dos espias e seu relatório, cap. 13.
  2. A rebelião do povo e a maldição pronunciada contra eles, cap. 14.
Toda a geração é sentenciada, v.29.
10) Os eventos relacionados com os quarentas anos de peregrinação no deserto, caps. 15-19.
11) O regresso a Cades, o pecado de Moisés e a morte de Arão, cap.20.
12) A serpente de bronze, cap. 21.
13) Balaão, o profeta mercenário, e corrupção de Israel, caps. 22-25.
14) O censo da nova geração, cap. 26.
15) Leis acerca de herança, ofertas, festas, votos, etc., caps. 27-30.
16) O juízo contra os midianitas, cap. 31; a distribuição da terra ao leste do Jordão, cap., 32.
17) As cidades de refúgio, cap. 35.

TIPOS MESSIÂNICOS.
Moisés fere a rocha, 20:7-11
A serpente de bronze, 21:6-9
As cidades de refúgio, cap. 35.

AS SETE QUEIXAS
1) Acerca do caminho, 11:1-3.
2) Acerca dos alimentos, 11:4-6.
3) Acerca dos gigantes, 13: 33-14:2.
4) Acerca dos seus líderes, 16:3
5) Acerca dos juízos divinos, 16:41.
6) Acerca do deserto, 20:2-5.
7) Pela segunda vez acerca do maná, 21:5.

Fonte:
Bíblia de Estudo Plenitude, Bíblia de Estudo Pentecostal, Bíblia de Estudo do Evangelista, Bíblia de Estudo Almeida, Bíblia de Estudo Vida, Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal.

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